Afasia global prediz mortalidade na fase aguda de um primeiro acidente vascular cerebral isquêmico

Arquivos De Neuro-Psiquiatria

Endereço:
R. Vergueiro, 1421 sl.804 - Ed. Top Towers Offices - Torre Sul
/ SP
4101000
Site: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=0004-282X&nrm=iso&rep=&lng=pt
Telefone: 38842042
ISSN: 0004282X
Editor Chefe: [email protected]
Início Publicação: 31/05/1943
Periodicidade: Mensal
Área de Estudo: Medicina

Afasia global prediz mortalidade na fase aguda de um primeiro acidente vascular cerebral isquêmico

Ano: 2011 | Volume: 69 | Número: 2
Autores: Fabricio Ferreira de Oliveira, Benito Pereira Damasceno
Autor Correspondente: Fabricio Ferreira de Oliveira | [email protected]

Palavras-chave: linguística, afasia, acidente cerebral vascular, infarto encefálico, linguagem, fala, avaliação da deficiência, prognóstico

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Objetivo: Determinar se síndromes afásicas na fase aguda do infarto cerebral influenciam o prognóstico. Método: Avaliação para fala e linguagem de 37 adultos dentro de 72 horas após um primeiro infarto cerebral, em associação topográfica cega com TC e/ou RM. Resultados: Detectaram-se afasias ou disartria em 7 (87,5%) dos 8 pacientes falecidos, e em 26 (89,7%) dos 29 sobreviventes. Afasia global foi identificada em 11 pacientes, todos com lesões no hemisfério esquerdo (cinco óbitos; mutismo em nove), consistindo em fator de risco para mortalidade na fase aguda do acidente vascular cerebral isquêmico (ρ=0,022). Idade (z=1,65; ρ>0,09), trombólise (ρ=0,591), dimensões da lesão (ρ=0,076) e lado (ρ=0,649) não afetaram significativamente a sobrevivência. Ausência de afasia não prenunciou melhor evolução. Fatores de risco cardiovascular tiveram similar prevalência para todos os grupos de pacientes. Conclusão: Afasia global na fase aguda do infarto cerebral pode aumentar mortalidade, demonstrando envolvimento de território vascular perisylviano dominante, tomando-se mutismo como importante elemento semiológico.



Resumo Inglês:

Objective: To establish whether vascular aphasic syndromes can predict stroke outcomes. Method: Thirty-seven adults were evaluated for speech and language within 72 hours after a single first-ever ischemic brain lesion, in blind association to CT and/or MR. Results: Speech or language disabilities were found in seven (87.5%) of the eight deceased patients and twenty-six (89.7%) of the twenty-nine survivors. Global aphasia was identified in eleven patients, all with left hemisphere lesions (nine mute; five deceased), consisting on a risk factor for death in the acute stroke phase (ρ=0.022). Age (z=1.65; ρ>0.09), thrombolysis (ρ=0.591), infarct size (ρ=0.076) and side (ρ=0.649) did not significantly influence survival. Absence of aphasia did not predict a better evolution, regardless of the affected hemisphere. Prevalence of cardiovascular risk factors was similar for all patient groups. Conclusion: Global aphasia in acute stroke can adversely affect prognosis, translated into impairment of dominant perisylvian vascular territories, with mutism as an important semiological element.