A aderência à medicação em pacientes portadores de transtorno mental em uma unidade local de saúde

Cadernos Brasileiros de Saúde Mental/Brazilian Journal of Mental Health

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ISSN: 1984-2147
Editor Chefe: Walter Ferreira de Oliveira
Início Publicação: 31/12/2008
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Medicina

A aderência à medicação em pacientes portadores de transtorno mental em uma unidade local de saúde

Ano: 2010 | Volume: 2 | Número: 3
Autores: Alexandre Laner Cardoso, Walter Ferreira de Oliveira
Autor Correspondente: Walter Ferreira de Oliveira | [email protected]

Palavras-chave: Aderência, tratamento medicamentoso, saúde mental, atenção básica

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo expõe os resultados de uma pesquisa cuja finalidade foi avaliar aderência ao tratamento medicamentoso e fatores associados em portadores de transtorno mental em uma Unidade Local de Saúde de Florianópolis/SC. Realizou-se um estudo retrospectivo. Foram estudados todos os pacientes com transtorno mental que iniciaram tratamento medicamentoso contínuo, durante o período de 1 de outubro de 2007 a 31 de março 2008, perfazendo um total de 30 pessoas. A amostra, do tipo intencional, foi identificada no sistema de registro eletrônico de retirada de medicamentos do estoque das farmácias públicas (sistema Infosaúde), obtendo informações sócio-demográficas e clínicas dos prontuários eletrônicos. A aderência à medicação no primeiro trimestre foi 71.8%, no segundo 40.7% e no terceiro 38.2%, com total de 50.3%, sendo diferente estatisticamente entre o primeiro e o segundo trimestre (p=0.0001) e entre o primeiro e o terceiro trimestre (p=0.00001). Não houve diferença com o sexo, idade, naturalidade, cor, escolaridade, estado civil, diagnóstico, co-morbidades, medicação utilizada, efeitos colaterais, número de doses diárias e de prescritores; porém significante em localidades distantes com aderência no segundo trimestre (p=0.016), localidades com interesse social com a do segundo trimestre (p=0.018) e no total (p=0.017), também com número de consultas do primeiro com a do último trimestre (p=0.029) e de faltas no segundo trimestre com a do terceiro (p=0.001). A adesão à medicação da população em todo o período é insatisfatória. A média da aderência no primeiro trimestre demonstra diferença em relação aos demais períodos. A dificuldade de acesso e moradia em área de interesse social parece ter relação com o desfecho, bem como número de consultas e número de faltas.



Resumo Inglês:

To assess adherence to drug treatment and related factors in patients with mental health disorder in the Basic Health Unit of the Saco dos Limões, Florianópolis / SC. A retrospective study with 30 patients diagnosed with mental health disorder who began and 2 continued drug treatment between 1 October 2007 to 31 March 2008 was conducted. The sample was identified on the electronic registration system (Infosaúde) by drug withdrawal on stock of pharmacies from public system. Sociodemographic and clinical information were obtained in electronic medical records. Adherence to medication in the first quarter was 71.8%, in the second 40.7% and 38.2% on the third, with a total of 50.3%. There was statistical differences between the first and second trimester (p = 0.0001) and between the first and third trimester (p = 0.00001). There was no statistical differences with gender, age, nationality, race, education, marital status, diagnosis, comorbidities, medication use, side effects, number of daily doses and prescribers. There were statistical significance on distant locations in the second quarter and adherence (p = 0.016 ), on social risk locations and the second trimester adherence (p = 0.018) and total adherence (p = 0,017), also with the number of consultations in the first quarter and adherence on the last quarter (p = 0.029) and faults in the second quarter and adherence on the third (p = 0.001). Compliance with medication in the population of the entire period is unsatisfactory. The average adherence in the first quarter shows the difference in relation to the other moments. The difficulty of access and areas of social risk seems to have relation with the outcome, and so number of consultations and number of absences.