ACORDO NUCLEAR BRASIL-ALEMANHA FEDERAL DE 1975: O DESAFIO BRASILEIRO NA BUSCA DE SOBERANIA INTERNACIONAL

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ISSN: 19845634
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Início Publicação: 31/01/2009
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: História

ACORDO NUCLEAR BRASIL-ALEMANHA FEDERAL DE 1975: O DESAFIO BRASILEIRO NA BUSCA DE SOBERANIA INTERNACIONAL

Ano: 2008 | Volume: 1 | Número: 1
Autores: Fabiano Farias de Souza
Autor Correspondente: Fabiano Farias de Souza | [email protected]

Palavras-chave: tecnologia nuclear, desenvolvimento econômico, política internacional

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A assinatura do Acordo Nuclear entre Brasil e Alemanha Federal em 27 de Junho de 1975
tornou-se o fato histórico mais emblemático da divergência entre Brasília e Washington. Ocorrido no
contexto das transformações da atuação externa do Brasil empreendidas pelo governo Geisel, a realização
desse Acordo incluía a transferência integral da tecnologia atômica por parte da empresa alemã Kraftwerk
e, consequentemente, dotaria o país de autonomia em todo o ciclo de tecnologia nuclear. Este ponto
revelou-se o pomo da discórdia com Washington que se posicionou abertamente contra alegando risco à
proliferação nuclear. O contencioso em torno do tema nuclear, que perpassou o mandato de três
presidentes norteamericanos (Nixon, Ford e Carter), teve seu ponto mais crítico no governo democrata de
Jimmy Carter, que tentava a realização das promessas de sua campanha presidencial, entre elas, o maior
controle sobre a proliferação nuclear e a revisão do apoio às ditaduras militares latinoamericanas.
Entretanto, o desenvolvimento econômico engendrado pelo Brasil e o sensível distanciamento da órbita
norteamericana, complementado pelas aproximações com outros pólos avançados do capitalismo,
principalmente, a Alemanha Federal, possibilitaram nova opção de investimentos e obtenção de
tecnologia. Assim, o Brasil e a Alemanha Federal, também amparada no dinamismo de sua economia,
confirmaram o acordo e conservaram a ambição mútua de demonstrar a independência e afirmação de sua
política exterior no cenário internacional, embora dentro dos seus respectivos limites da dependência
norteamericana.