“Vozes-mulheres” do terceiro mundo - a perspectiva de Conceição Evaristo

Anuário De Literatura

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Pós-Graduação em Literatura - Centro de Comunicação e Expressão - Campus Universitário - Trindade - Florianópolis
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ISSN: 21757917
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Início Publicação: 30/11/1993
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Letras

“Vozes-mulheres” do terceiro mundo - a perspectiva de Conceição Evaristo

Ano: 2015 | Volume: 20 | Número: 1
Autores: Nelci Alves Coelho Silvestre, Alba Krishna Topan Feldman
Autor Correspondente: Anuário de Literatura | [email protected]

Palavras-chave: vozes, mulheres, negras, subalternidade, emancipação

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Resumo Português:

Este artigo apresenta uma análise do poema “Vozes-Mulheres”, de Conceição Evaristo. As mulheres negras que compõem a família do eu-lírico são representadas pelas “vozes-mulheres”, presentes no texto em análise. O objetivo desse artigo é aplicar a teoria de Mulheres do Terceiro Mundo, evidenciado por Gayatri Spivak e desenvolvido por estudiosas indianas feministas, como Chandra Talpade Mohanty às vozes presentes no poema “Vozes-Mulheres”, de Conceição Evaristo, discutindo a voz da mulher do terceiro mundo e os estudos subalternos. A metodologia de investigação baseia-se em textos teóricos que discutem se o subalterno tem voz, e as tentativas de agência, desenvolvida por Spivak (1987), Mohanty (2003), Maggio (2007) e outros. Diante das vozes-mulheres, observamos os mecanismos de resistência do eu-lírico que luta por conquistar seu espaço na sociedade. O revide via discurso torna-se instrumento para a emancipação do eu-lírico negro, mulher. Os resultados da pesquisa mostram que a subjetividade do eu-lírico é construída desde o momento que ele descobre que a sua voz leva consigo as vozes de outras gerações e que esta voz existe e pode ser ouvida. Ao fazer uso de sua voz como intelectual, Evaristo enfoca sua condição de mulher, de negra e de origem pobre, sinalizando possibilidades de reconfiguração do papel da mulher.