A “queima de sutiãs” de 1968: relações entre corpo e roupa na construção de um acontecimento simbólico feminista

Revista de História Bilros

Endereço:
Av. Dr. Silas Munguba, 1700, Campus do Itaperi
Fortaleza / CE
60120-013
Site: http://www.seer.uece.br/bilros
Telefone: (85) 3101-9763
ISSN: 2357-8556
Editor Chefe: Prof. Dr. Francisco José Gomes Damasceno
Início Publicação: 30/11/2013
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: História

A “queima de sutiãs” de 1968: relações entre corpo e roupa na construção de um acontecimento simbólico feminista

Ano: 2018 | Volume: 6 | Número: 13
Autores: Luiza Helena Lobo Cordeiro, Maria Dolores de Brito Mota
Autor Correspondente: Luiza Helena Lobo Cordeiro | [email protected]

Palavras-chave: feminismo, moda, seios, sutiã

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A intenção deste estudo é refletir sobre a manifestação “Queima de sutiãs” analisando as relações entre moda, corpo e feminismo buscando entender os processos que a tornaram um acontecimento símbolo da luta feminista. Ao longo da história observa-se que as relações entre moda e corpo constituem-se elementos de subordinação e de libertação das mulheres, ao estabelecer estereótipos femininos adequados aos sistemas de dominação patriarcal, mas também, exprimir insubordinação quando as mulheres usam as roupas e o corpo para contestar padrões de beleza que representavam a submissão. O final dos anos 1960, contexto histórico da manifestação, foi palco de mudanças na posição social das mulheres e nos valores culturais tendo emergido um feminismo libertário que problematizou a autonomia das mulheres sobre seu próprio corpo. Os seios estão ligados à maternidade e à sedução, papéis manipulados pela cultura patriarcal e seus estereótipos femininos contra os quais as feministas contestavam e pretenderam realizar um protesto para queimar os sutiãs e outros objetos símbolos do estereótipo de beleza com uma fogueira publica que não existiu, mas que ficou conhecido como a “Queima dos Sutiãs”. 



Resumo Inglês:

The intent of this study is to reflect on the manifestation "Burning bras" analyzing the relationship between fashion, body and feminism seeking to understand the processes that made it a symbol event of feminist struggle. Throughout history it is observed that the relationship between fashion and body constitute elements of the subordination and liberation of women, to establish stereotypes appropriate to the patriarchal domination systems, but also women who insubordinate this domination used clothes and body to challenge the patterns that represented the submission. The late 1960s, the historical context of the event, was the scene of changes in women's social position and cultural values and merge a libertarian feminism that problematized women's autonomy over their own bodies. The breasts are attached to motherhood and seduction, papers handled by patriarchal culture and stereotypes that feminists challenged and against whom wanted to speak with a fire that did not happen, but became known as the "Bra-burning".