“Não há mais chance de não querer seguir este caminho”: grafias de uma geração de jovens na universidade pública

Ano: 2021 | Volume: 0 | Número: 10

Autores: Érica Peçanha do Nascimento

Palavras-chave: Antropologia da juventude, Jovens periféricos, Universidade pública.

Resumo Português:

Tendo como referência comunicações pessoais e textos produzidos por graduandos na condição de pesquisadores de um projeto de pesquisa e extensão, este artigo busca refletir como marcadores de idade, geração, classe social, raça e território se articulam na experiência universitária, e influem na percepção desses jovens sobre si mesmos e seus projetos de vida. Com o aporte de outros trabalhos antropológicos que tomaram documentos e escritos em torno da vida pessoal e profissional como objetos de análise (KOFES; MANICA, 2015), investe-se aqui numa narrativa etnográfica sobre esses jovens e sua geração, produzida no encontro de minha narrativa pessoal como pesquisadora-supervisora do projeto em foco e as narrativas produzidas pelos graduandos sobre si mesmos, a participação no projeto e a universidade pública. As diferentes fontes mobilizadas para este trabalho (currículo, relatório de pesquisa e relato com fins de publicação) são lidas a um só tempo como narrativas autobiográficas e grafias da vida social de certa parcela da juventude brasileira, cuja experiência geracional passa também pelo acesso à universidade em contexto recente.

Resumo Inglês:

Drawing from personal communications and the texts produced by undergraduates working for a research and extension project, this article aims to reflect on how age, generation, social class, race and territory are articulated in the university experience, and to what extent they affect the perception of these young students about themselves and their life projects. Based on the contribution of other anthropological works which took documents and writings around personal and professional life as objects of analysis (KOFES; MANICA, 2015), I present an ethnographic narrative about these youngsters and their generation in conversation with my own narrative as the researcher-supervisor of the project and those produced by the undergraduates about themselves, their participation in the project, and the public university as a whole. The different sources mobilized for this work (curriculum, research report and publishing report) are read at the same time as autobiographical narratives and writings of the social life of a specific portion of Brazilian youth, whose generational experience also involves access to the university in recent contexts.

Resumo Espanhol:

Teniendo como referencia comunicaciones personales y textos producidos por estudiantes universitarios como investigadores de un proyecto de investigación y extensión, este artículo busca reflexionar sobre cómo los marcadores de edad, generación, clase social, raza y territorio se articulan en la experiencia universitária e influyen en su percepción sobre ellos mismos y sus proyectos de vida. Con el aporte de otros trabajos antropológicos que tomaron documentos y escritos en torno a la vida personal y profesional como objetos de análisis (KOFES; MANICA, 2015), invertimos en una narrativa etnográfica sobre estos jóvenes y su generación, producida en el encuentro de mi narrativa personal como investigadora-supervisora del proyecto en foco y las narrativas producidas por los estudiantes sobre ellos mismos, la participación en el proyecto y la universidad pública. Las diferentes fuentes movilizadas para este trabajo (currículum, informe de investigación e informe con fines de publicación) se leen al mismo tiempo que narrativas autobiográficas y gráficos de la vida social de una determinada porción de la juventud brasileña, cuya experiencia generacional también implica el acceso a la universidad en un contexto reciente.

Resumo Francês:

À partir de communications personnelles et de textes produits par des étudiants de premier cycle en tant que chercheurs d'un projet de recherche et d'extension, cet article cherche à réfléchir sur la façon dont les marqueurs d'âge, de génération, de classe sociale, de race et de territoire s'articulent dans l'expérience universitaire, et influencent leur perception des jeunes sur eux-mêmes et leurs projets de vie. Avec le soutien d'autres travaux anthropologiques qui ont pris comme objets d'analyse des documents et écrits autour de la vie personnelle et professionnelle (KOFES; MANICA, 2015), on investit dans un récit ethnographique sur ces jeunes et leur génération, produit à la rencontre de mon récit personnel en tant que chercheure-superviseure du projet en discussion et les récits produits par les étudiants de premier cycle sur eux-mêmes, la participation au projet et l'université publique. Les différentes sources mobilisées pour ce travail (curriculum, rapport de recherche et rapport à des fins de publication) sont lues à la fois comme des récits autobiographiques et des graphies de la vie sociale d'une certaine partie de la jeunesse brésilienne, dont l'expérience générationnelle passe aussi par l'accès à l'université en un contexte récent.