A construção do convento franciscano na Paraíba estendeu-se por quase 200 anos, e seu ápice foi a decoração interna da nave principal, concluída já na segunda metade do século XVIII, ornada com luxuosos azulejos portugueses nas paredes e pinturas trompe l’oeil no forro da nave. Centro nevrálgico da atuação franciscana ao norte de Pernambuco no período colonial, o Convento de Santo Antônio da Paraíba traz alegorias extremamente significativas para a compreensão da imagem que a congregação construía acerca de si e de sua atuação naquele mundo inóspito dos trópicos selvagens. Constituindo-se em discurso visual, a pintura do teto da igreja conventual pode ser entendida como ferramenta de “ordenação do mundo” utilizada na ação junto aos fiéis da sede da Capitania, como um sistema simbólico que cristalizava os poderes e a estrutura colonial em imagens e exemplos edificantes a serem respeitados e seguidos pelos colonos.