“As mulheres” nos documentos do Papa João Paulo II: um modelo assimétrico ainda não superado

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ISSN: 2176-0985
Editor Chefe: Sandra Duarte de Souza
Início Publicação: 01/02/1994
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Ciência política, Área de Estudo: Psicologia, Área de Estudo: Sociologia, Área de Estudo: Teologia

“As mulheres” nos documentos do Papa João Paulo II: um modelo assimétrico ainda não superado

Ano: 2019 | Volume: 25 | Número: 1
Autores: P. C. D. Doneda
Autor Correspondente: P. C. D. Doneda | [email protected]

Palavras-chave: Mulheres, Igreja Católica, documentos de João Paulo II, representações de gênero

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O presente artigo tem como objetivo apresentar a análise bibliográfica dos documentos pontifícios do Papa João Paulo II que tratam do modelo de mulher, na visão da Igreja Católica Apostólica Romana. Na perspectiva de gênero, é possível observar a representação social das mulheres desenvolvida pela hierárquica católica, cujo corpo eclesiástico é totalmente masculino, logo, o patriarcado se faz presente na manutenção do poder e na elaboração normativa. Para tanto, os documentos pontifícios analisados foram:  a Exortação Apostólica Familiares Consortio, de 1981; a Carta Encíclica Redemptoris Mater, de 1987; a Carta Apostólica Mulieris Dignitatem, datada de 1988; a Carta Apostólica Ordinatio Sacerdotalis, de 1994; a Carta Às Famílias, do ano de 1994; a Carta Às Mulheres, de 1995 e, por último, a Carta aos bispos da Igreja Católica sobre a Colaboração do homem e da mulher na Igreja e no mundo, do ano de 2004. Conforme estes documentos, há um único modelo de mulher a ser seguido por todas as mulheres, uma vez que, Maria é a representação única do feminino, segundo João Paulo II. Sendo assim, vocação e dignidade mariana deve ser imitada por todas as mulheres. De acordo com o processo de análise destes documentos, palavras-chave foram se aglutinando, o que originou um ranking delas, sugerindo normas e condutas cristãs às mulheres, revelando os processos de linguagem e de materiais simbólicos, utilizados nas práticas religiosas. Ademais, na visão da Igreja Católica, as mulheres devem seguir esse modelo para assim manter a feminilidade, a ordem familiar e, principalmente, a ordem religiosa e social.



Resumo Inglês:

This article aims to present the bibliographical analysis of the papal documents of Pope John Paul II that deal with the model of woman in the view of the Roman Catholic Church. From a gender perspective, it is possible to observe the social representation of women developed by the hierarchical Catholic, whose body is totally male, so patriarchy is present in the maintenance of power and normative elaboration. To this end, the pontifical documents analyzed were: the Apostolic Exhortation Familiares Consortio, of 1981; the Encyclical Letter Redemptoris Mater, 1987; the Apostolic Letter Mulieris Dignitatem, dated 1988; the Apostolic Letter Ordinatio Sacerdotalis, 1994; the Charter for Families, of the year 1994; the 1995 Women’s Charter and, finally, the Letter to the Bishops of the Catholic Church on the Collaboration of Man and Woman in the Church and in the World of 2004. According to these documents, there is a single model of woman to be followed by all women, since, Mary is the unique representation of the feminine, according to John Paul II. Therefore, Marian vocation and dignity must be imitated by all women. According to the process of analysis of these documents, keywords were grouped together, which originated a ranking of them, suggesting Christian norms and behaviors to women, revealing the processes of language and symbolic materials used in religious practices. Moreover, in the view of the Catholic Church, women must follow this model in order to maintain femininity, the family order and, above all, the religious and social order.



Resumo Espanhol:

El presente artículo tiene como objetivo presentar el análisis bibliográfico de los documentos pontificios del Papa Juan Pablo II que tratan del modelo de mujer, en la visión de la Iglesia Católica Apostólica Romana. En la perspectiva de género, es posible observar la representación social de las mujeres desarrollada por la jerárquica católica, cuyo cuerpo eclesiástico es totalmente masculino, luego, el patriarcado se hace presente en el mantenimiento del poder y en la elaboración normativa. Para ello, los documentos pontificios analizados fueron: la Exhortación Apostólica Familiares Consortio, de 1981; la Carta Encíclica Redemptoris Mater, de 1987; la Carta Apostólica Mulieris Dignitatem, de 1988; la Carta Apostólica Ordinatio Sacerdotalis, de 1994; la Carta a las Familias, del año 1994; la Carta a las mujeres, de 1995 y, por último, la Carta a los obispos de la Iglesia Católica sobre la Colaboración del hombre y de la mujer en la Iglesia y en el mundo, del año 2004. Conforme a estos documentos, hay un único modelo de mujer a ser seguido por todas las mujeres, ya que, María es la representación única de lo femenino, según Juan Pablo II. Por lo tanto, la vocación y la dignidad mariana deben ser imitadas por todas las mujeres. De acuerdo con el proceso de análisis de estos documentos, palabras clave se aglutinaron, lo que originó un ranking de ellas, sugiriendo normas y conductas cristianas a las mujeres, revelando los procesos de lenguaje y de materiales simbólicos, utilizados en las prácticas religiosas. Además, en la visión de la Iglesia Católica, las mujeres deben seguir ese modelo para así mantener la feminidad, el orden familiar y, principalmente, el orden religioso y social.