“... É que Narciso acha feio o que não é espelho”: resenha de Metafísicas Canibais
Cadernos de Campo: Revista de Ciências Sociais
“... É que Narciso acha feio o que não é espelho”: resenha de Metafísicas Canibais
Autor Correspondente: T. A. B. Meira | [email protected]
Palavras-chave: resenha, Eduardo Viveiros de Castro
Resumos Cadastrados
Resumo Português:
Em sua última década de vida, Claude Lévi-Strauss pontuou, por mais
de uma vez, a confiança que, naquele momento, depositava-se na antropologia
brasileira, especialmente a partir da etnologia americanista1. Àquela altura, no
país, um grupo de autores já havia percebido, em suas respectivas pesquisas,
uma “metafísica da predação”, própria aos índios sul-americanos. Longe de uma
descoberta pontual, na avaliação do pai do “(pós-)estruturalismo”2, isso marcava
uma tendência no âmbito mais geral da disciplina: a filosofia – senão a “nossa”,
sobretudo a “deles” – voltava à cena antropológica. E se, hoje, os sistemas de
pensamento indígenas parecem, de fato, cada vez mais impactantes sobre as
teorias científicas, ao mesmo passo em que ainda “vemos”, no Brasil, “uma das
escolas mais brilhantes da atualidade” (VIVEIROS DE CASTRO, 1998, p.123),
certamente isso se deve, em boa medida, a Eduardo Viveiros de Castro – a quem
o autor de tradição francesa dirigiu a elogiosa afirmação, durante uma entrevista.