É possível uma linguagem crítica na educação?

Linhas Críticas

Endereço:
Universidade de Brasília, Campus Darcy Ribeiro, Faculdade de Educação, Caixa Postal 04348, CEP: 70904-970
Brasília / DF
70904970
Site: https://periodicos.unb.br/index.php/linhascriticas
Telefone: (61) 3307-2129
ISSN: 1981-0431
Editor Chefe: Tel Amiel
Início Publicação: 31/12/1995
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Educação

É possível uma linguagem crítica na educação?

Ano: 2006 | Volume: 12 | Número: 23
Autores: Raquel de Almeida Moraes
Autor Correspondente: Raquel de Almeida Moraes | [email protected]

Palavras-chave: Pedagogia crítica. Linguagem. Não-violência. Pedagogía crítica. Lenguaje. No violencia. Critical pedagogy. Language. Non-violence. Pédagogie critique. Langage. Non-violence.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O presente artigo argumenta sobre a possibilidade da existência de uma linguagem crítica na
educação. Em contrapartida à educação para o senso comum, do tipo bancária e padronizadora
praticada pela indústria cultural e educacional capitalista, que usa “uma linguagem simpli-
ficada para ser usada pelas massas” (Tognolli), com “invariantes fixos, clichês prontos, tradução
estereotipada de tudo” (Adorno), pensamos que é possível dialogar como “intersubjetividades
não-violentas”, o que envolve reconhecer a diferença, a diferença total (Gur-Ze'ev), visando
despertar a consciência do “quanto os homens são enganados de modo permanente” (Adorno).
Isso requer o uso de uma linguagem crítica de modo poético (Bakhtin) e dialógico-amoroso
(Freire), pois, se a linguagem crítica for violenta, estará sendo utilizada a mesma lógica da
dominação, não promovendo, portanto, a emancipação.



Resumo Inglês:

The present paper argues the possible existence of a critical language in education. As a counterpart to
education for common sense, typical of banking and standardized education practiced by the cultural
and educational capitalistic industry, which uses “a simplified language for the use of the masses”
(Tognolli), with “fixed invariables, ready made clichés, and a stereotypical translation of everything”
(Adorno), the argument of this paper is to show that it is possible to dialogue with “non-violent inter-
subjectivities” – which involves recognizing the difference, the total difference (Gur-Ze'ev), aiming to
awaken the consciousness of how “men are deceived in a permanent way” (Adorno). This requires the
use of critical language in poetic (Bakhtin) and dialogical-loving (Freire) way for, if the critical
language is authoritarian and violent, it will be used within the same logic of domination, consequently
hindering emancipation.



Resumo Espanhol:

El presente artículo discute la posibilidad de existir un lenguaje crítico en la educación. Como con-
trapartida a la educación para el sentido común, del tipo bancaria y padronizadora practicada por
la industria cultural y educacional capitalista, que usa “un lenguaje simplificado para ser usado
por las masas” (Tognolli), con “invariantes fijos, clichés listos, traducción estereotipada de todo”
(Adorno), pensamos que es posible dialogar como “intersubjetividades no violentas”, lo que
envuelve reconocer la diferencia, la diferencia total (Gur-Ze’ev), visando despertar la conciencia
del “cuánto los hombres son engañados de modo permanente” (Adorno). Eso exije el uso de un
lenguaje crítico de modo poético (Bakhtin) y dialógico-amoroso (Freire), pues caso el lenguaje crítico
sea violento, estará siendo utilizada la misma lógica de la dominación, no promoviendo, por lo
tanto, la emancipación.



Resumo Francês:

Le présent article argumente la possible existence du langage critique dans l’éducation. Comme
contrepartie de l’éducation pour le sens commun, typique de l’éducation bancaire et standardisée que
pratique l’industrie culturelle et éducationnelle capitaliste, qui utilise “un langage simplifié pour
l’utilisation des masses” (Tognolli), avec des “invariables fixes, des clichés tout prêts et une traduction stéréotypée de tout” (Adorno), l’argument de ce texte est de montrer qu’il est possible de dialoguer avec les “intersubjectivités non-violentes” – ce qui implique reconnaître la différence, la différence totale (Gur-Ze'ev) dans le but d’éveiller la conscience de comment “les hommes sont déçus en permanence” (Adorno). Ceci requiert l’utilisation d’un langage critique de manière poétique (Bakhtin) et dialogique-amoureuse (Freire) car si le langage est autoritaire et violent, il sera utilisé dans la même logique de la domination et, conséquemment, sans promouvoir l’émancipation.