ÁGUA VIVA: ORIENTA(LIZA)ÇÃO MODERNISTA

Anuário De Literatura

Endereço:
Pós-Graduação em Literatura - Centro de Comunicação e Expressão - Campus Universitário - Trindade - Florianópolis
Florianópolis / SC
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Telefone: (48) 3721-9582
ISSN: 21757917
Editor Chefe: NULL
Início Publicação: 30/11/1993
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Letras

ÁGUA VIVA: ORIENTA(LIZA)ÇÃO MODERNISTA

Ano: 2007 | Volume: 12 | Número: 1
Autores: Larissa da Mata
Autor Correspondente: Larissa da Mata | [email protected]

Palavras-chave: literatura brasileira, oriente, modernismo

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O cânone modernista é relacionado, convencionalmente, à Semana de 1922 e
analisado por meio do foco na forma como unidade primordial. Nesse trabalho, propõe-se
analisar Água viva (1973), da escritora Clarice Lispector, modernista dissidente, por via do
Taoísmo chinês, filosofia que desperta o interesse pela proposição da heterogeneidade
através do Tao, e o retorno a uma cultura cíclica e produtora de tensão. No Taoísmo, como
na caligrafia chinesa, a forma se esvai, devolvendo potência ao vazio e ao informe; aspectos
que permitem uma mudança no modo ocidental de analisar a arte, ressaltando o confronto,
a força, ao invés da forma. Essa “herança oriental” está presente tanto na artista brasileira
Maria Martins (1894-1973), autora de Ásia maior: o planeta China (1958) como no
escritor mexicano Octavio Paz (1914-1998), autor de Conjunciones y disyunciones
(1969) obras que serão centrais nas considerações acerca da presença do Oriente em Água
viva. O interesse pelo Oriente tem como conseqüência não só a ampliação dos estudos
culturais, como também resulta em um meio de se tratar do hibridismo pós-moderno
presente nas teorias pós-estruturalistas. Nesse trabalho, ele será utilizado para tratar da obra
mencionada, rearticulando-a no modernismo, de forma a lhe permitir novos meios de
disseminação.



Resumo Inglês:

The Brazilian modernist canon is usually associated to the writers who took
part in the Week of Modern Art in 1922, whose works are analyzed considering structure as
the main feature. This paper aims to analyze Água viva (1973), written by Clarice
Lispector, a dissident modernist poet, by means of Taoism, philosophy that proposes the
Tao, a heterogeneous unity, reminding a cyclical culture producer of strain. In Taoism, as in
Chinese calligraphy, the shape is undone, giving back strength to the shapeless matter;
features that enable a change in the Western way of dealing with art; emphasizing strength,
instead of shape. This “Eastern heritage” may be found in the Brazilian artist Maria Martins
(1894-1973), who wrote Ásia Maior: o planeta China (1958) and as in the Mexican writer
Octavio Paz (1914-1998), author of Conjunciones y disyunciones (1969); works which will
be essential to consider the East’s presence in Água viva. The increasing interest in the East
influences on the cultural studies and it becomes a tool to the post- structuralist theories
deal with post-modern hybridism. In this paper, the East will be useful to analyze Água
viva, producing new connections with Brazilian modernism allowing different means of
dissemination of this work and of this literary movement.