À Procura da Unidade Primordial

PERI

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ISSN: 2175-1811
Editor Chefe: Amaro de Oliveira Fleck
Início Publicação: 30/06/2009
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Filosofia

À Procura da Unidade Primordial

Ano: 2009 | Volume: 1 | Número: 1

Palavras-chave: intuição intelectual, juízo, ser, unidade primordial

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O presente artigo tem como objetivo uma abordagem crítica de um dos primeiros
ensaios de Hölderlin, escrito por volta de 1794-5, intitulado Juízo e Ser. Nesse período,
fundamentar o sistema kantiano através de um primeiro princípio tornou-se um dos principais
incentivos dos desenvolvimentos teóricos do idealismo alemão. A filosofia de Fichte e
Schelling, bem como a de Hölderlin, podem ser compreendidas por esse viés. Entretanto, o
último chega a soluções bastante diferentes dos demais, culminando com a negação da
possibilidade de um princípio unificador para qualquer sistema filosófico. Assim, contra os
incessantes esforços dos idealistas alemães para apreender a totalidade do real em termos
conceituais, através de um primeiro princípio, normalmente caracterizado como o Eu, o
Sujeito, o Eu absoluto, Hölderlin defende a incognoscibilidade de qualquer conceito
unificante do real. A realidade enquanto unidade primordial não pode ser apanhada pelo
discurso teórico, nem conhecida, nem aprisionada em conceitos, revelando-se apenas
através de uma intuição intelectual de cunho estético. Esse conceito eminentemente antikantiano constitui a peça chave para o entendimento do pensamento hölderliniano. Ele
justifica, em última instância, o privilégio da poesia e da linguagem poética em detrimento do
discurso conceitual e mostra, com isso, que há uma coerência interna entre os ensaios
teóricos de Hölderlin e suas obras literárias.