Tecnologia social e desenvolvimento local: reflexões a partir da análise do Programa Um Milhão de Cisternas

Revista Brasileira de Desenvolvimento Regional

Endereço:
Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional Rua Antônio da Veiga, 140
Blumenau / SC
89012-900
Site: http://proxy.furb.br/ojs/index.php/rbdr
Telefone: (47)3321-0513
ISSN: 23175443
Editor Chefe: Ivo Marcos Theis
Início Publicação: 28/02/2013
Periodicidade: Semestral

Tecnologia social e desenvolvimento local: reflexões a partir da análise do Programa Um Milhão de Cisternas

Ano: 2013 | Volume: 1 | Número: 2
Autores: Rafael de Brito Dias
Autor Correspondente: Rafael de Brito Dias | [email protected]

Palavras-chave: Cisternas; desenvolvimento local; políticas públicas; Semiárido Brasileiro; tecnologia social.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) é considerado um dos casos de desenvolvimento de
tecnologias sociais mais exitosos no Brasil, levando benefícios significativos para a população do
Semiárido Brasileiro (SAB) desde sua criação, em 2003. A complexidade sociotécnica que
encerra um programa como esse demanda a utilização de um referencial analítico adequado, não
apenas à compreensão da tecnologia em si, mas das condições sociais e técnicas do entorno. O
sucesso do P1MC, em comparação com outras iniciativas orientadas para a garantia do acesso à
água no SAB, reside, sobretudo, na mudança da forma como o problema a ser atacado foi
construído: a tradicional abordagem de políticas orientadas para o combate à seca passa a ser
substituída por uma perspectiva de convivência com a seca. A posição central nesse processo é
ocupada pela cisterna, “tecnologia social” que, para além do acesso à água, tem garantido a
inclusão social, o empoderamento de atores politicamente marginalizados e a construção de
laços de solidariedade e de cooperação nas comunidades. Este artigo examina essa experiência,
procurando apontar para a possibilidade – e a necessidade – de um diálogo sistemático entre a
tecnologia social e o desenvolvimento local.



Resumo Inglês:

The One Million Cisterns Program (P1MC) is considered one of the most successful cases of
development of social technologies in Brazil, bringing significant benefits to the population of
the Brazilian Semi-Arid (SAB) since its creation in 2003. The socio-technical complexity that
corresponds to a program like this requires the use of an appropriated analytical framework, not
only for the understanding of the technology itself, but of the social and technical conditions of
the surroundings. The success of P1MC compared to other measures to ensure access to water in SAB lies, primarily, in changing the way the problem to be faced was built: the traditional
approach of policies directed to combat drought starts to be replaced by an approach of dealing
with drought. The central position in this process is occupied by the cistern, a “social
technology” that, in addition to the access of water, has ensured social inclusion, the
empowerment of politically marginalized actors and building links of solidarity and cooperation
in communities. This article examines this experience, trying to point out the possibility – and
necessity – of a systematic dialogue between social technology and local development.



Resumo Espanhol:

El Programa Un Millón de Cisternas (P1MC) es considerado uno de los casos de desarrollo de
tecnologías sociales más exitosos en Brasil, aportando importantes beneficios para la población
del Semiárido Brasileño (SAB) desde su creación en 2003. La complejidad socio-técnica que
corresponde a un programa de este tipo requiere el uso de un marco analítico adecuado, no solo
para la comprensión de la tecnología en sí, sino también de las condiciones sociales y técnicas de
su entorno. El éxito del P1MC en comparación con otras iniciativas orientadas para garantizar el
acceso al agua en el SAB se encuentra principalmente en el cambio de la forma como el
problema fue construido: el tradicional enfoque de políticas dirigidas a combatir la sequía pasa a
ser substituido por una perspectiva de convivencia con la sequía. La posición central en este
proceso es ocupada por la cisterna, “tecnología social” que, además del acceso al agua, ha
asegurado la inclusión social, el empoderamiento de actores políticamente marginados y la
construcción de lazos de solidaridad y cooperación en las comunidades. En este artículo se
examina el P1MC, buscando apuntar a la posibilidad – y a la necesidad – de un diálogo
sistemático entre la tecnología social y el desarrollo local.