Resumo Português:
A Genética de Populações[1] se apresenta como um campo híbrido do conhecimento, visto que é perpassado por questões referentes à Genética e à Evolução, áreas consideradas desafiadoras devido as diferentes dificuldades que vêm sendo apontadas pela literatura no âmbito do ensino. De igual modo, a GP se mostra desafiadora, porém, com um adicional: há pouco espaço para os seus conteúdos em instâncias educacionais. Partindo do pressuposto que a GP ocupa, portanto, um não-lugar, no presente trabalho buscamos discutir a esse respeito. Para isso, mobilizamos noções e princípios da Análise de Discurso de linha francesa pecheutiana, principalmente com base nos estudos de Eni Orlandi e em pesquisas voltadas para o ensino de Ciências que se debruçam sobre questões da linguagem. Para tal, mobilizaremos, principalmente, a noção de silêncio. A partir da escolha do livro didático como exemplo de materialidade que pode nos dar indícios desse não-lugar, nossas reflexões delineiam alguns dos possíveis mecanismos que nos levam a crer que há uma falta de pertencimento da GP no ensino de Ciências e de Biologia. Assim, com base nessas problematizações, apontamos para algumas implicações que essas formas do silêncio podem ter na apropriação dos discursos/conteúdos (sócio)científicos[2].
Resumo Inglês:
The Population Genetics presents itself as a hybrid field of knowledge, since it is permeated by issues related to Genetics andEvolution, areas considered challenging due to the different difficulties that have been pointed out by the literature in the context of teaching. Likewise, Population Genetics is challenging, however, with an additional: there is little space for its contents in educational instances. Based on the assumption that PG occupies, therefore, a non-place, in the present work we seek to discuss this matter. For that, we mobilized Discourse Analyses notions and principles of the French Pecheutian line, mainly basedon the studies of Eni Orlandi and on researches focused on Scienceteachingthat deal with language issues. For this, we will mobilize, mainly, the notion of silence. From the choice of the textbook as an example of materiality that can give us evidenceof this non-place, our reflections outline some of the possible mechanisms that lead us to believe that there is a lack of belonging of the Population Genetics on Science and Biologyteaching. Thus, based on these problematizations, we point to some implications that these forms of silence can have in the appropriation of (socio)scientific discourses/contents.
