Educação popular em saúde como tecnologia social em contextos de emergências sanitárias: notas a partir de uma ação extensionista
Revista de Educação Popular
Educação popular em saúde como tecnologia social em contextos de emergências sanitárias: notas a partir de uma ação extensionista
Autor Correspondente: César Augusto Paro | [email protected]
Palavras-chave: Educação em Saúde, Tecnologia social, Epidemia, Vírus Zika, Atenção Primária à Saúde
Resumos Cadastrados
Resumo Português:
As emergências sanitárias historicamente desencadeiam estratégias de saúde pública a partir de um modelo campanhista, prescritor e verticalizado. Partindo da perspectiva da produção de um trabalho territorializado que valoriza e dialoga com os saberes populares, a educação popular em saúde advoga pelo fortalecimento da participação social nas respostas de enfrentamento a tais agravos. Este artigo busca apreender os limites e possibilidades de uma tecnologia social em educação popular em saúde, tomando por base uma experiência extensionista de educação permanente para agentes de saúde do Complexo do Alemão, Rio de Janeiro-RJ, no contexto zika. Trata-se de uma investigação qualitativa do tipo exploratória por meio da análise documental de um projeto de extensão em que foi desenvolvida a referida tecnologia social. Investigar, tematizar e problematizar as emergências do território a partir do horizonte freiriano permitiu que fossem projetadas ações preventivas e promocionais, ao menos em parte, complexificadas e territorialmente contextualizadas, ainda que houvesse por alguns participantes a manutenção da clássica absolutização da ignorância das classes populares e supervalorização do saber científico do início ao fim do processo – fator que aponta para dois desafios à reaplicação de métodos em educação popular: a da formação do educador e a da temporalidade da ação educativa.
Resumo Inglês:
Historically, sanitary emergencies unleash public health strategies based on a prescriber and verticalized campaign model. Through a territory-based perspective that values and puts in dialogue the popular knowledge, the popular education for health advocates for the strengthening of social participation to deal with this damage. This essay aims to apprehend the limits and possibilities of social technology in popular health education by the analysis of an extension project that promoted a continuing education process with health agents at the Complexo do Alemão, State of Rio de Janeiro, Brazil, in the zika virus context. It was a exploratory qualitative research by a documental analysis of this extension project. To investigate, thematize and problematize the territory emergencies through the freirean approach could help to develop prevention and promotion activities that, at least, were more complex than usual and territory-based as well. However, some participants also maintained the classical absolutization of the ignorance by the popular class and the excessive valorization of scientific knowledge, which refers to two challenges for replicating popular education methods: the educator background and the temporality of educative actions.
