Em tempos de certezas deslizantes e identidades instáveis, chama a atenção a persistência da dicotomização das abordagens mais frequentes da educação ambiental, que tendem a se apresentar divididas entre tendências crÃticas/ emancipatórias e conservadoras/comportamentalistas. Tal demarcação se constitui em relação à s diferentes filiações polÃticas e epistemológicas desse campo, que abriga uma ampla multiplicidade de entendimentos sobre sociedade, ambiente e natureza. No entanto, a pesquisa sobre a EA escolar vem apontando o caráter reducionista dessa classificação, na medida em que expõe o hibridismo que, com frequência, marca os discursos docentes. Neste artigo, que se constrói na interseção de duas pesquisas sobre a educação escolar, exploramos possibilidades de desestabilização de tal binarismo, por proposições do pensamento da diferença, com destaque para a perspectiva pós-marxista da teoria do discurso, conforme desenvolvida pelos cientistas polÃticos Ernesto Laclau e Chantal Mouffe. Interessam particularmente suas discussões acerca das noções de diferença, articulação e emancipação, pelas questões que trazem ao paradigma epistemológico fundacionalista que sustenta as abordagens que pretendemos problematizar.