O presente artigo propõe-se a examinar a emergência daquilo que
se convencionou denominar modernidade pedagógica no Brasil dos
anos 1920/30, por meio de uma análise, de vocação genealógica, da
racionalidade normativa então vigente, bem como de seus possÃveis
efeitos sobre a atualidade escolar. Coube-nos, assim, problematizar
as investidas devotadas à vinculação determinista entre certas noções
de natureza, de infância e de ciência. Tendo como fonte alguns
volumes publicados junto à Bibliotheca de educação, importante
veÃculo de difusão de ideias na fase áurea do escolanovismo, a
investigação levada a cabo aponta, à luz de uma teorização de
viés pós-estruturalista, que as práticas escolares modernas vêm-se
firmando como vigorosas matrizes para a forja e o espraiamento de
bioidentidades.
The purpose of this article was to study the emergence of what
is conventionally called pedagogical modernity in Brazil in the
1920’s and 30’s, through the genealogical analysis of the normative
rationality in force at the time, along with their possible effects
on contemporary education. Our aim was to discuss the efforts
and attempts of this rationality devoted to the deterministic record
linkage between certain notions about nature, childhood and
science. Consulting some volumes published by the Bibliotheca de
educação - an important means of disseminating ideas in the golden
age of the New Education (“escolanovismoâ€) - our investigation
suggests that, considering a theorization of poststructuralist bias,
modern school practices have become a strong foundation for the
creation and spreading of bioidentities.