A partir de um corpus de poemas do
poeta argentino JoaquÃn Giannuzzi (1924-2004),
publicados na última Ditadura no paÃs (1976-1983),
o presente artigo trabalha ao redor de algumas
figuras estéticas que permitem dar conta do
sentimento de precariedade da vida nesse contexto
histórico particular. As figuras trabalhadas em torno
do sofrimento, da morte, da supervivência e do
corpo podem ser lidas na poética produzida pelo
autor durante esses anos, como um composto de
sensações que retratam o horror de uma experiência
insuportável. A expressão poética dessa experiência
pode ser entendida como uma empresa de
desubjetivação no mencionado contexto histórico
de delinear uma maquinaria de destruição; e assim
mesmo, como um esforço especial da subjetividade
na construção poética pessoal da supervivência,
constantemente ameaçada pela morte de si mesmo
e dos outros.