A sanitarização dos rurais no discurso higienista da década de 1910

Revista Brasileira de Educação do Campo

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ISSN: 25254863
Editor Chefe: Gustavo Cunha de Araujo
Início Publicação: 31/07/2016
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Educação, Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Multidisciplinar

A sanitarização dos rurais no discurso higienista da década de 1910

Ano: 2023 | Volume: 8 | Número: Não se aplica
Autores: P. de O. Milagres, A. da C. Baía
Autor Correspondente: P. de O. Milagres | [email protected]

Palavras-chave: movimento sanitário, higienismo, belisário pena, sertão.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Objetivamos compreender o discurso higienista destinado aos espaços rurais e agrícolas brasileiros, em meio a ascensão do movimento de saneamento dos sertões. Para isso, realizamos a análise externa dos discursos produzidos por Belisário Pena, nas suas duas principais publicações de expressão no movimento sanitarista, em articulação com ideias de Monteiro Lobato e Alberto Torres. Identificamos que a partir das expedições pelos sertões Pena caracterizou um quadro sanitário doente no interior brasileiro e o colocou em circulação, no intuito de promover um apelo messiânico pela higiene. Os discursos do higienista foram favorecidos pelos debates da intelectualidade da época, e vinculou-se ao pensamento de Torres e de Lobato para se aproximar dos espaços rurais e de produção agrícola. Quanto a Lobato, Pena exerceu influências sobre o pensamento do escritor e, em contrapartida, teve seus discursos favorecidos pelas representações de atraso dos rurais veiculados pelo debate literário. Considera-se que o discurso investido por Pena no debate higienista da década de 1910 colocou em destaque as doenças e a precariedade física dos rurais e dos trabalhadores agrícolas, e reforçou a responsabilização do Estado pela garantia da higiene o campo.



Resumo Inglês:

We aimed to understand the hygienist discourse aimed at the Brazilian rural and agricultural spaces amid the rise of the sanitation movement in the backlands. To this end, we conducted an external analysis of the discourses produced by Belisário Pena, in his two main publications of expression in the sanitation movement, in articulation with the ideas of Monteiro Lobato and Alberto Torres. Based on the expeditions through the backlands, Pena characterized a sick sanitary picture in the Brazilian countryside and put it in circulation with a messianic appeal for hygiene. The debates within the intelligentsia of the time favored the hygienist discourses, linking up with the thought of Torres and Lobato to approach the rural and agricultural production spaces. As for Lobato, Pena influenced the writer's view, and, on the other hand, his discourses were favored by the representations of rural backwardness conveyed by the literary debate. Finally, it is considered that the discourse invested by Pena highlighted the diseases and the physical precariousness of rural and agricultural workers in the hygienic debate of the 1910s, and reinforced the State's responsibility for guaranteeing hygiene in these spaces.



Resumo Espanhol:

Nuestro objetivo es comprender el discurso higienista destinado a los espacios rurales y agrícolas brasileños, en auge del Movimiento Sanitario en Brasil. Para ello, realizamos un análisis externo de los discursos producidos por Belisário Pena, en sus dos principales publicaciones de expresión en el movimiento sanitario, en articulación con las ideas de Monteiro Lobato y Alberto Torres. Identificamos que a partir de las expediciones por los sertões brasileños Pena caracterizó una situación de salud enfermiza en el campo brasileño y la puso en circulación junto con un llamamiento mesiánico a la higiene. Los discursos del higienista se vieron favorecidos por debates en la intelectualidad de la época, vinculándose al pensamiento de Torres y Lobato para abordar los espacios rurales y la producción agrícola. En cuanto a Lobato, Peña ejerció influencias en el pensamiento del escritor y, por otro lado, sus discursos se vieron favorecidos por las representaciones del atraso rural que transmite el debate literario. Se considera que el discurso invertido por Peña destacó las enfermedades y precariedades físicas de los campesinos y trabajadores agrícolas en el debate higienista de la década de 1910, y reforzó la responsabilidad del Estado por garantizar la higiene en estos espacios.