Resultados Hospitalares da Intervenção Coronária Percutânea Primária em Mulheres

Revista Brasileira De Cardiologia Invasiva

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Telefone: (11) 3849-5034
ISSN: 1041843
Editor Chefe: Áurea Jacob Chaves
Início Publicação: 31/12/1992
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Medicina

Resultados Hospitalares da Intervenção Coronária Percutânea Primária em Mulheres

Ano: 2011 | Volume: 19 | Número: 1
Autores: Patrícia Teixeira da Silva, Marcelo José de Carvalho Cantarelli, Hélio José Castello Júnior, Rosaly Gonçalves, Silvio Gioppato, Evandro Karlo Pracchia Ribeiro, João Batista de Freitas Guimarães, Julio Cesar Francisco Vardi, Higo Cunha Noronha, Nelson Ricardo Thomas Júnior, Leonardo Cao Cambra de Almeida
Autor Correspondente: Patrícia Teixeira da Silva | [email protected]

Palavras-chave: Angioplastia coronária com balão, Infarto do miocárdio, Mulheres.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Mulheres com infarto agudo do miocárdio (IAM)
evoluem com maior mortalidade que os homens. A intervenção
coronária percutânea (ICP) primária tem papel fundamental
na redução da mortalidade no IAM. Buscou-se saber
se há diferenças nos resultados hospitalares da ICP primária
entre mulheres e homens. Métodos: Entre janeiro de 2002
e outubro de 2008, foram realizadas 428 ICPs primárias,
das quais 125 (29,2%) em pacientes do sexo feminino. A
técnica e a escolha do material durante o procedimento
ficaram a cargo dos operadores. Todos os pacientes receberam
terapia antiplaquetária dupla pré-procedimento. Resultados:
Pacientes do sexo feminino eram mais idosas (65,1
anos vs. 59,2 anos; P < 0,001), apresentando-se mais frequentemente
em Killip III/IV (11,2% vs. 3,3%; P = 0,002). O
diâmetro dos stents foi menor nas mulheres (3,1 + 0,4 mm
vs. 3,3 + 0,5 mm; P < 0,001), mas não foram observadas
diferenças quanto à extensão desses stents (19,1 + 6,5 mm
vs. 18,7 + 6,2 mm; P = 0,55), tempo porta-balão (159,4 +
110,1 minutos vs. 138,9 + 138,3 minutos; P = 0,19), uso de
inibidores da glicoproteína IIb/IIIa (32% vs. 31%; P = 0,58) ou
cateteres de aspiração de trombos (10,4% vs. 9,9%; P = 0,65).
O sucesso do procedimento foi similar (97,1% vs. 96,7%) e
as mulheres tenderam a evoluir com maior chance de óbito
(5,6% vs. 2%; P = 0,06) e acidente vascular cerebral (0,8%
vs. 0,3%; P = 0,09). A ocorrência de complicações vasculares
maiores (6,4% vs. 5,6%; P = 0,49) foi semelhante nos dois
sexos. Conclusões: Neste estudo as mulheres representam
um terço dos pacientes submetidos a ICP primária, têm
perfil clínico-angiográfico mais complexo e tendência para
evoluir com maior chance de eventos cardiovasculares adversos
maiores.



Resumo Inglês:

Women with acute myocardial infarction (AMI)
have higher mortality rates than men. Primary percutaneous
coronary intervention (PCI) plays a major role in reducing
AMI mortality rates. We tried to identify whether there are
differences in in-hospital outcomes of primary PCI between
women and men. Methods: From January 2002 and October
2008, 428 primary PCIs were performed, 125 (29.2%) in
female patients. The technique and device selection were
at the operator’s discretion. All of the patients received dual
antiplatelet therapy before the procedure. Results: Female
patients were older (65.1 years vs. 59.2 years; P < 0.001),
and more frequently presented Killip III/IV (11.2% vs.
3.3%; P = 0.002). Stent diameter was smaller in women
(3.1 + 0.4 mm vs. 3.3 + 0.5 mm; P < 0.001), but there were
no differences in stent length (19.1 + 6.5 mm vs. 18.7 +
6.2 mm; P = 0.55), door-to-balloon time (159.4 + 110.1
minutes vs. 138.9 + 138.3 minutes; P = 0.19), use of glycoprotein
IIb/IIIa inhibitors (32% vs. 31%; P = 0.58) or
thrombus aspiration catheters (10.4% vs. 9.9%; P = 0.65).
Procedure success was similar (97.1% vs. 96.7%) and women
had a higher likelihood of death (5.6% vs. 2%; P = 0.06)
and stroke (0.8% vs. 0.3%; P = 0.09). Major vascular complications
(6.4% vs. 5.6%; P = 0.49) were similar in both
genders. Conclusions: In this study women represent a third
of the patients undergoing primary PCI, have a more complex
clinical-angiographic profile and tend to evolve with a
higher probability of major adverse cardiovascular events.