A reorganização dos arranjos subjetivos a partir da construção de um inimigo comum

Revista Ciências da Sociedade

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ISSN: 25943987
Editor Chefe: RUBENS ELIAS DA SILVA, JARSEN LUIS CASTRO GUIMARÃES
Início Publicação: 31/05/2017
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Agronomia, Área de Estudo: Ecologia, Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Recursos Florestais e Engenharia Florestal, Área de Estudo: Recursos Pesqueiros e Engenharia da Pesca, Área de Estudo: Recursos pesqueiros e engenharia de pesca, Área de Estudo: Ecologia, Área de Estudo: Saúde coletiva, Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Antropologia, Área de Estudo: Arqueologia, Área de Estudo: Ciência política, Área de Estudo: Educação, Área de Estudo: Filosofia, Área de Estudo: Geografia, Área de Estudo: História, Área de Estudo: Sociologia, Área de Estudo: Comunicação, Área de Estudo: Engenharia ambiental, Área de Estudo: Artes, Área de Estudo: Letras, Área de Estudo: Multidisciplinar

A reorganização dos arranjos subjetivos a partir da construção de um inimigo comum

Ano: 2018 | Volume: 2 | Número: 3
Autores: Pedro Francisco Marchioro
Autor Correspondente: P. F. Marchioro | [email protected]

Palavras-chave: sensibilidades, migrações, identidades, Polo Naval

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O presente artigo resulta de uma investigação dos conflitos surgidos entre habitantes da região sul do Rio Grande do Sul e trabalhadores advindos das mais variadas regiões do Brasil atraídos pela abertura de milhares de postos de trabalho no Polo Naval de Rio Grande entre 2013 e 2016. Os nativos acusavam a invasão e a desordem que os migrantes "baianos"  estariam causando na cidade outrora equilibrada, tranquila e organizada. A pesquisa tomou a figura do "baiano", tal como perfilada nos discursos de seus enunciadores, como uma pista para a compreensão do conflito mesmo. Sendo assim, percebia-se primeiramente que a designação "baiano" não obedecia a qualquer correspondência geográfica com os habitantes do estado da Bahia, mas a uma variedade de indivíduos que poderiam ser tanto baianos quanto cariocas, paulistas, catarinenses, de modo que a categoria mostrou-se operar a partir de outros esquemas de demarcação. Observou-se então que "baiano" era uma ferramenta criada pelos habitantes da cidade para condensar os migrantes "estrangeiros" que perturbavam sua realidade e direcionar à figura uma série de alegações e acusações daquilo que em seu sistema moral era tido como negativo e inaceitável.