Padrões alimentares de crianças e determinantes socioeconômicos, comportamentais e maternos

Revista Paulista De Pediatria

Endereço:
Alameda Santos, 211 - 5° andar, Conj. 501/502/511/512
São Paulo / SP
Site: http://www.spsp.org.br
Telefone: (11) 3284-9809
ISSN: 1030582
Editor Chefe: NULL
Início Publicação: 31/12/1992
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Medicina

Padrões alimentares de crianças e determinantes socioeconômicos, comportamentais e maternos

Ano: 2015 | Volume: 33 | Número: 3
Autores: J.K. Villa, A. Ribeiro e Silva, T.S. Santos, A. Q. Ribeiro, M. C. Pessoa, L. F. Sant’Ana
Autor Correspondente: J.K. Villa | [email protected]

Palavras-chave: Padrões alimentares, Crianças, Condições socioeconômicas, Comportamento alimentar

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Objetivo
Identificar os padrões alimentares de crianças e verificar sua associação com determinantes socioeconômicos, comportamentais e maternos.

Métodos
Estudo transversal com amostra aleatória de 328 crianças de oito e nove anos. O consumo alimentar foi avaliado por registros alimentares de três dias não consecutivos e quantificado em gramas de grupos alimentares e de nutrientes. Análise fatorial e subsequente rotação ortogonal (varimax) foram usadas para determinar os padrões alimentares. Regressão logística ordinal foi usada para verificar associações entre padrões alimentares e os determinantes estudados.

Resultados
Cinco padrões alimentares foram extraídos: “Tradicional”, “Bebidas adoçadas e lanches”, “Monótono”, “Saudável” e “Ovo‐lacto”. A maior escolaridade materna se associou de forma direta aos padrões “Bebidas doces e lanches” e “Ovo‐lacto”. Crianças de baixo nível econômico e que recebiam maior restrição alimentar pelos pais/responsáveis aderiram mais ao padrão “Tradicional”, representado pelo consumo de arroz, feijão, hortaliças, raízes e tubérculos cozidos e carne vermelha. O padrão “Monótono”, representado pelo elevado consumo de leite e achocolatado, foi mais consumido por crianças de classe econômica intermediária. Crianças que residiam em zona rural consumiam mais alimentos do padrão “Ovo‐lacto” comparadas com as de zona urbana.

Conclusões
Os padrões alimentares das crianças estiveram associados às condições econômicas da família, escolaridade materna, prática de restrição alimentar pelos pais/responsáveis e localização da residência em zona urbana ou rural. Melhores condições socioeconômicas contribuíram para um padrão alimentar nutricionalmente mais inadequado.



Resumo Inglês:

Objective
To identify dietary patterns of children and to verify their association with socio‐economical, behavioral and maternal determinants.

Methods
A cross‐sectional study with a random sample of 328 children aged 8 and 9 years. Dietary intake was assessed by food records in three nonconsecutive days and measured in grams of food groups and nutrients. Factor analysis and subsequent orthogonal rotation (varimax) were used to determine dietary patterns. Ordinal logistic regression was used to assess associations between dietary patterns and the studied determinants.

Results
Five dietary patterns were observed: “Traditional”, “Sweetened beverages and snacks”, “Monotonous”, “Healthy” and “Ovo‐lacto”. A higher maternal level of education was directly associated with “Sweetened beverages and snacks” and “Ovo‐lacto” standards. Low income children who were submitted to greater food restriction by parents/guardians followed the more “Traditional” standard, represented by the consumption of rice, beans, vegetables, cooked roots and tubers, and red meat. The “Monotonous” pattern, represented by a high consumption of milk and chocolate milk, was most followed by children from the middle class. Children living in rural areas consumed more foods from the “Ovo‐lacto” pattern, when compared to those from the urban area.

Conclusions
Dietary patterns of children were associated with family socioeconomic status, maternal level of education, practice of food restriction by parents/guardians and location of residence in urban or rural area. Better socioeconomic conditions contributed to a more nutritionally inadequate dietary pattern.