Opiniães
O Brasil homenageado na Feira do Livro de Frankfurt em 2013: roteiro de exclusões
Autor Correspondente: M. R. Timm, R. O. Klipel, V. C. Dolgener, N. G. Ortiz | [email protected]
Palavras-chave: feiras literárias, literatura brasileira contemporânea, campo literário, exclusão, defesa da heterogeneidade cultural
Resumos Cadastrados
Resumo Português:
O surgimento e a afirmação de novas vozes no campo literário brasileiro têm dado provas de uma produção de qualidade capaz de representar a heterogeneidade sociocultural de nosso país. Assim, este artigo busca expor, num primeiro momento, a existência de uma multiplicidade de autoras e autores que vêm se firmando cada vez mais na cena literária nacional. Eles são exemplos de discursos descentralizados, trazendo a experiência de vozes periféricas, indígenas, de autoria feminina negra, entre outras, para o debate e reflexão da literatura. Entretanto, esta multiplicidade não se fez presente na Feira do Livro de Frankfurt, em 2013, importante evento do mercado livreiro, que poderia mostrar ao mundo a diversidade de produções e autores de nossa cultura. A seleção da comitiva brasileira de certa forma espelhou, através das escolhas dos autores, o paradigma excludente do processo histórico nacional. Este roteiro de exclusões foi desvelado mesmo durante o evento, gerando polêmicas desencadeadas pelos próprios autores brasileiros na Feira de Frankfurt, sobretudo no discurso de abertura de Luiz Ruffato, que criou uma cisão dentro da comitiva de escritores.
Resumo Inglês:
The emergence and validation of new voices in the Brazilian literary scenario has shown that their production has excellence and depicts the sociocultural heterogeneity of our country. This article displays the multiplicity of authors who are steadily gaining grounds in the national literary scene. They are examples of decentralized discourses, bringing the peripheral, indigenous and black female authorship, among others, to the literary debate. However, this multiplicity of voices was not represented at the Frankfurt Book Fair in 2013, na important event of the bookmarket, that could have shown to the world the diversity of productions and authors of our culture. In a certain way, the composition of the Brazilian delegation mirrored, through the list of authors, the exclusionary paradigm of the national sociohistorical process. This script of exclusions was unveiled even during the event, generating controversies triggered by the Brazilian authors themselves at the Frankfurt Fair, especially in the opening speech of Luiz Ruffato, who created a split within the retinue of writers.