A Memória e o Discurso Progressista Institucional “Versus” o Direito de Lembrar dos Desapropriados das Terras de Itaipu

Revista Internacional CONSINTER de Direito

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ISSN: 2183-9522
Editor Chefe: Luiz Augusto de Oliveira Junior
Início Publicação: 30/06/2015
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Direito

A Memória e o Discurso Progressista Institucional “Versus” o Direito de Lembrar dos Desapropriados das Terras de Itaipu

Ano: 2022 | Volume: 8 | Número: 15
Autores: M. E. R. Luz, E. C. F. Volpato
Autor Correspondente: M. E. R. Luz | [email protected]

Palavras-chave: análise do discurso, direito de lembrar, desapropriados, Itaipu-Binacional

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

si, ainda que não manifesta, uma inquietação de um indivíduo ou grupo que evoca o direito à memória. Fazer a análise desses discursos suscita diversas provocações e descobertas. Haveria uma lacuna quanto à memória entre o discurso progressista constante no website institucional e o direito de lembrar dos desapropriados das terras da usina hidrelétrica de Itaipu? Assim, essa pesquisa objetiva analisar e refletir sobre o direito à memória dos desapropriados durante a construção da ITAIPU-BINACIONAL (1975-1982) valendo-se da perspectiva teórico-metodológica da Análise do Discurso Francesa (ADF), da abordagem interpretativista, qualitativa e da pesquisa bibliográfica. O estudo demonstrou que os discursos estão arraigados de ideologias e exprimem os contextos nos quais são produzidos e são construídas as memórias coletivas. A “memória enquadrada”, acentuou o silêncio e a invisibilização dos sujeitos em contraposição ao objetivo institucional da usina, que se tornou um contraexemplo em conservação da memória. Logo, a memória tem o poder de incluir, mas também de excluir. Face ao panorama, a contribuição do estudo, de tema ainda incipiente, espera que a Análise de Discurso amplie o debate e o horizonte de saberes, na medida em que se trata de um eficiente instrumento para a compreensão do direito. Recuperar a memória dos desapropriados da ITAIPU proporciona reflexões a respeito do discurso hegemônico-institucional e da (des)necessidade de voz dos desapropriados do megamonumento intitulado Itaipu, não somente a pedra que canta, mas também a pedra que chora.



Resumo Inglês:

The discourses of power about historical facts widespread in a hegemonic way bring in themselves, although not manifested, an individual or group's restlessness that evokes the right to memory. Analyzing these speeches raises several provocations and discoveries. Is there a memory gap between the progressive discourse on the institutional website and the right to remember those expropriated from the lands of the Itaipu hydroelectric plant? Therefore, this research aims to analyze and reflect on the right to the memory of the expropriated during the construction of Itaipu-Binacional (1975-1982) using the theoretical-methodological perspective of the French Discourse Analysis (ADF), the interpretative, qualitative and of the bibliographic research. The study demonstrated that discourses are entreched in ideologies and express the contexts in which collective memories are produced and constructed. The “framed memory” accentuated the silence and invisibility of the subjects in opposition to the institutional objective of the plant, which became a counterexample in memory conservation. Therefore, memory has the power to include, but also to exclude. Given the panorama, the contribution of the study, whose theme still incipient, hopes that Discourse Analysis will broaden the debate and the horizon of knowledge, insofar as it is an efficient instrument for understanding the law. Recovering the memory of the expropriated of Itaipu, provides reflections on the hegemonicinstitutional discourse and the (un)need of the voice of the expropriated of the megamonument called Itaipu, not only the stone that sings, but also the stone that cries. Keywords: discourse analysis; right the memory; expropriated; Itaipu-Binacional.