LINHAS DE FUGA, AGENCIAMENTOS E CORPOREIDADES: REFLEXÕES SOBRE DIMENSÕES INFINITESIMAIS DA LUTA ANTIMANICOMIAL DE BELO HORIZONTE

Revista Idealogando

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ISSN: 2526-3552
Editor Chefe: Wenderson Luan Dos Santos Lima
Início Publicação: 31/01/2017
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Sociologia

LINHAS DE FUGA, AGENCIAMENTOS E CORPOREIDADES: REFLEXÕES SOBRE DIMENSÕES INFINITESIMAIS DA LUTA ANTIMANICOMIAL DE BELO HORIZONTE

Ano: 2017 | Volume: 1 | Número: 2
Autores: Lucas Henrique Nigri Veloso, Ângela Cristina Salgueiro Marques,
Autor Correspondente: Lucas Henrique Nigri Veloso | [email protected]

Palavras-chave: Micropolítica. Resistência Política. Corporeidade. Luta antimanicomial.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O presente trabalho pretende apresentar uma etnografia (da) política produzida pela Associação dos Usuários de Saúde Mental de Minas Gerais (ASSUSAM-MG), instituição que faz parte da rede de luta antimanicomial de Belo Horizonte. A partir de um trabalho de campo realizado junto a este grupo desde o ano de 2015, verificou-se que a ausência de reconhecimento material, simbólico e afetivo é uma experiência recorrente na vida destes sujeitos, justificando e catalisando sua ação coletiva. Esta situação se perpetua, muitas das vezes, como consequência de um estigma da loucura que estrutura pré- conceitos, assimetrias e opressões sociais experienciadas por sujeitos em situação de sofrimento mental em suas interações cotidianas. Não obstante, o trabalho empírico demonstrou que este reconhecimento negado, identificado tanto no plano discursivo como performativo dos corpos da ASSUSAM-MG, é também princípio produtivo de linhas de fuga e estratégias de resistência frente às impossibilidades e obstruções sociais. Tais acontecimentos e potencialidades são também acionados, intelectivamente, como forma de deslocamento, produção de tensão e descolonização do pensamento acadêmico por questionar modelos e categorias das ciências políticas que desconsideram a importância das agências afetivas e corporais em processos políticos de resistência às margens do Estado. Desse modo, sugerimos que um movimento social é um processo que produz e é produzido por um agenciamento coletivo multidimensional, que articula corpos, afetos, ética, comunicação e estética, inerentes ao processo de resistir e existir.



Resumo Inglês:

The present work intends to present an ethnography of the policy produced by the Associação dos Usuários de Saúde Mental de Minas Gerais (ASSUSAM-MG) (Association of Mental Health Users of Minas Gerais, in literal traduction,), an institution that is part of the anti-asylum movement network in Belo Horizonte. From a field work carried out with this group since 2015, it was verified that the absence of material, symbolic and affective recognition is a recurring experience in the life of these subjects, justifying and catalyzing their collective action. This situation is perpetuated, many times, as a consequence of a stigma of madness that structures preconceptions, asymmetries and social oppressions experienced by subjects suffering from mental in their daily interactions. Nonetheless, empirical work has shown that this negated recognition, identified both in the discursive and performative plane of the bodies of ASSUSAM-MG, is also a productive principle of escape lines and strategies of resistance to social impossibilities and obstructions. Such events and potentialities are also triggered intellectively as a form of displacement, tension production and decolonization of academic thinking by questioning models and categories of political science that disregard the importance of affective and bodily agencies in political processes of resistance to the margins of the state. In this way, we suggest that a social movement is a process that produces and is produced by a multidimensional collective agency, which articulates bodies, affections, ethics, communication and aesthetics, inherent in the process of resisting and existing.