Jonas Mekas - cinema em lampejos
Anuário De Literatura
Jonas Mekas - cinema em lampejos
Autor Correspondente: Anuário De Literatura | [email protected]
Palavras-chave: cinema, cotidiano, fragmento, trânsito, asilo
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Resumo Português:
Este artigo apresenta reflexões acerca da criação cinematográfica de Jonas Mekas, um dos realizadores e pensadores do cinema de vanguarda norte-americano, que, como tal, traz, em seus filmes, a marca da reproposição da linguagem/montagem, uma outra compreensão do tempo e sua passagem, via o abandono da cronologia e de qualquer linearidade narrativa. A partir deste argumento, desdobra-se a leitura de um cinema que se faz no e pelo deslocamento, o trânsito pelo cotidiano, abertura para o acaso, contingência; que não parte de uma unidade espaço-temporal, mas se fragmenta – fragmento este que se apresenta como possibilidade ética diante da alteridade; passagens, rastros, vestÃgios de um gesto. Cenas que projetam o Ãntimo no público em uma espécie de celebração contÃnua e despretensiosa do cotidiano, do familiar. Cinema em exÃlio, cinema-asilo - ao mesmo tempo, sobrevivência e suspensão de uma memória, abrigo do corpo, da linguagem, do encontro, onde parece sempre se desenhar a possibilidade, abertura para a invenção de um espaço novo, inédito, espaço-vida, espaço-arte, sem fronteiras.