Infância Indígena Apinayé: reflexões sobre o ser criança na aldeia

Revista Brasileira de Educação do Campo

Endereço:
Avenida Nossa Senhora de Fatima, 1588, Centro, Cep. 77900-000, Tocantinópolis, Tocantins, Brasil. - Centro
Tocantinópolis / TO
77900000
Site: https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/campo
Telefone: (63) 3471-6037
ISSN: 25254863
Editor Chefe: Gustavo Cunha de Araujo
Início Publicação: 31/07/2016
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Educação, Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Multidisciplinar

Infância Indígena Apinayé: reflexões sobre o ser criança na aldeia

Ano: 2023 | Volume: 8 | Número: Não se aplica
Autores: R. Locatelli, J. R. de Rezende
Autor Correspondente: R. Locatelli | [email protected]

Palavras-chave: infância Apinayé, infância indígena, culturas de pares, sociologia da infância.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O presente artigo objetiva refletir sobre aspectos sócio-históricos e culturais da infância Apinayé, com base em revisão de duas pesquisas etnográficas realizadas com esse povo, um TCC de Pedagogia, desenvolvido em 2012, e uma pesquisa de Mestrado em Letras, finalizada em 2016. Partimos da compreensão da infância enquanto uma construção sócio-histórica. Portanto, ao refletir sobre as crianças Apinayés, defendemos uma abordagem sensível e atenta aos modos de vida desse povo. Buscamos considerar aspectos culturais, étnicos, geracionais, históricos e geográficos para tentar compreender essa infância. Destacamos que a cultura Apinayé, vivenciada e praticada pelas crianças por meio dos ritos, tradições e costumes ocupam uma dimensão constitutiva da infância desse povo. Além disso, as crianças não só reproduzem o que lhes é ensinado, mas inventam, criam e transformam o que lhes é oferecido por meio da cultura de pares, enquanto sujeitos ativos, que brincam, elaboram e constroem. O corpo, a relação com a natureza e os grupos infantis são indispensáveis para se entender o jeito que essas crianças estão no mundo. Mais do que trazer conclusões sobre o modo de ser criança indígena, propomos reflexões sobre as infâncias possíveis, tecidas entre brincadeiras, responsabilidades e aprendizagens nas aldeias Apinayé.



Resumo Inglês:

This article aims to reflect on socio-historical and cultural aspects of Apinayé childhood, based on a review of two ethnographic research carried out with this people, a TCC in Pedagogy, developed in 2012, and a Master's in Letters research, completed in 2016. We start from the understanding of childhood as a socio-historical construction. Therefore, when reflecting on the Apinayé children, we defend a sensitive and attentive approach to the ways of life of these people. We seek to consider cultural, ethnic, generational, historical and geographic aspects to try to understand this childhood. We emphasize that the Apinayé culture, experienced and practiced by children through rites, traditions and customs, occupies a constitutive dimension of childhood for this people. Furthermore, children not only reproduce what they are taught, but they invent, create and transform what is offered to them through peer culture, as active subjects who play, elaborate and build. The body, the relationship with nature and children's groups are essential to understand the way these children are in the world. More than bringing conclusions about the way of being an indigenous child, we propose reflections on possible childhoods, woven between games, responsibilities and learning in the Apinayé villages.



Resumo Espanhol:

Este artículo tiene como objetivo reflexionar sobre aspectos sociohistóricos y culturales de la infancia apinayé, a partir de una revisión de dos investigaciones etnográficas realizadas con este pueblo, una TCC en Pedagogía, desarrollada en 2012, y una Maestría en Literatura, concluida en 2016. Partimos de la comprensión de la infancia como una construcción socio-histórica. Por eso, al reflexionar sobre los niños Apinayé, defendemos un acercamiento sensible y atento a las formas de vida de este pueblo. Buscamos considerar aspectos culturales, étnicos, generacionales, históricos y geográficos para intentar comprender esta niñez. Destacamos que la cultura Apinayé, vivida y practicada por los niños a través de ritos, tradiciones y costumbres, ocupa una dimensión constitutiva de la infancia de este pueblo. Además, los niños no solo reproducen lo que se les enseña, sino que inventan, crean y transforman lo que se les ofrece a través de la cultura de iguales, como sujetos activos que juegan, elaboran y construyen. El cuerpo, la relación con la naturaleza y los grupos infantiles son fundamentales para comprender la forma en que estos niños son en el mundo. Más que sacar conclusiones sobre el modo de ser niño indígena, proponemos reflexiones sobre infancias posibles, entretejidas entre juegos, responsabilidades y aprendizajes en los pueblos apinayé.