Hemoglobinas de origem africana em comunidades quilombolas do estado do Tocantins, Brasil

Revista Pan-Amazônica de Saúde (RPAS)

Endereço:
Rodovia BR-316 km 7 - s/n - Levilândia
Ananindeua / PA
67030-000
Site: http://revista.iec.gov.br
Telefone: (91) 3214-2185
ISSN: 2176-6223
Editor Chefe: Isabella M. A. Mateus
Início Publicação: 02/01/2010
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Ciências Biológicas, Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Multidisciplinar

Hemoglobinas de origem africana em comunidades quilombolas do estado do Tocantins, Brasil

Ano: 2017 | Volume: 8 | Número: 1
Autores: Annyelle Figueredo Teles, Luciana da Costa da Silva, Amanda Cordeiro da Silva, Lidiane Oliveira de Souza, Márcio Galdino dos Santos, Carla Simone Seibert
Autor Correspondente: Carla Simone Seibert | [email protected]

Palavras-chave: Anemia Falciforme, Traço Falciforme, Hemoglobina C, Hemoglobina Falciforme

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

OBJETIVO: Verificar a incidência de hemoglobinas de descendência africana (HbS e HbC) em comunidades quilombolas do estado do Tocantins, Brasil. MATERIAIS E MÉTODOS: Foi coletado o sangue de quilombolas em 14 comunidades do Estado; a triagem foi realizada em eletroforese de acetato de celulose (pH 8,6), e aquelas com padrão alterado foram submetidas à cromatografia líquida de alta eficiência, sendo registrados o gênero e a idade das pessoas amostradas. RESULTADOS: A análise dos resultados demonstrou que, dos 822 quilombolas investigados, 95 apresentaram hemoglobinas anormais, sendo 0,5% com doença falciforme (HbSS); 5,7% traço para hemoglobina S (HbAS); 4,9% traço para hemoglobina C (HbAC); 0,2% com hemoglobina fetal aumentada; 0,1% com hemoglobina A 2 aumentada; e 88,4% com hemoglobina normal (HbAA). HbSS foi observada na faixa etária infantil e adolescente e HbAS e HbAC em todas as faixas etárias. Em relação ao sexo, não foi possível sugerir o efeito materno para HbS, devido ao maior quantitativo de pessoas do sexo masculino com essa informação genética. CONCLUSÃO: Neste estudo, a incidência das HbS e HbC, observada nas comunidades quilombolas, esteve dentro do esperado para a Região Norte do Brasil. No entanto, destacam-se a elevada prevalência da doença falciforme e a grande frequência de traço falciforme em algumas das comunidades estudadas, com atenção especial para a região sul do Estado. Desse modo, os resultados aqui apresentados sinalizam risco iminente para o aumento da incidência da doença no Tocantins. 



Resumo Espanhol:

OBJECTIVE: To verify the incidence of hemoglobins of African descent (HbS and HbC) in quilombola communities in Tocantins State, Brazil. MATERIALS AND METHODS: Blood samples were collected from 14 quilombola communities in the State; the screening was performed in cellulose acetate electrophoresis (pH 8.6), and those samples with altered standard were submitted to high performance liquid chromatography, recording gender and age of the quilombola people. RESULTS: The analysis of the results showed that of the 822 quilombolas investigated 95 presented abnormal hemoglobins, 0.5% with sickle cell disease (HbSS); 5.7% for hemoglobin S trait (HbAS); 4.9% for hemoglobin C trait (HbAC); 0.2% with increased fetal hemoglobin; 0.1% with increased hemoglobin A 2 ; and 88.4% with normal hemoglobin (HbAA). HbSS was observed in infant and adolescent groups and HbAS and HbAC in all age groups. About sex, it was not possible to suggest the maternal effect for HbS due to the greater quantitative of males with this genetic information. CONCLUSION: In the current study the incidence of HbS and HbC observed in quilombola communities was within the expected range for the Northern Region of Brazil. However, the high prevalence of sickle cell disease and the high frequency of sickle cell trait were highlighted in some quilombola communities with special attention to the southern region of the State. Thus, the results presented in this study indicate an imminent risk for the increased incidence of that disease in Tocantins.