GÊNERO E ESPAÇO EM INOCÊNCIA, DE VISCONDE DE TAUNAY

Ano: 2015 | Volume: 12 | Número: 2

Autores: Jorge Marques

Palavras-chave: topoanálise, confinamento, gênero

Resumo Português:

Em Inocência, romance romântico de Visconde de Taunay, a
representação da mulher brasileira na sociedade novecentista se dá a partir de
uma relação aguda do elemento feminino com o espaço ao redor. Reprimida
pelo machismo, a protagonista do romance homônimo é acossada por
confinamentos que se sobrepõem, assumindo um caráter de opressão e
desespero. A tragédia que se avizinha constrói-se a partir de uma chave de
leitura que não pode deixar de lado a análise do espaço. Causa então espécie
que, até os dias de hoje, a crítica não tenha se dedicado a realizar um estudo
do romance tomando como referencial de ponta as teorias da topoanálise.
Inocência é um romance de espaços que circundam, fecham, soterram: a
mulher está trancafiada no quarto, que está dentro do sítio, que está dentro do
sertão. Conseguirá apenas alcançar a liberdade quando a alma se evadir do
corpo. A morte, então, se configura como elemento libertador.

Resumo Inglês:

In Inocência (Innocence), a romantic novel of Visconde de Taunay
(Viscount of Taunay), the representation of Brazilian women in nineteenth
century society is captured through an intense relationship of the female
element with the surrounding space. Repressed by a male-oriented stance, this
novel main character is harassed by overlaping constraints, revealing an
oppressive and trying atmosphere. The tragedy that lies ahead is built from a
reading key that cannot ignore the analysis of space. It is quite surprising that
until today, the critics have not yet considered this novel taking topoanalysis as
a theoretical framework. Inocência is a novel of spaces which surround, close,
overwhelm: a woman is locked up in the room which is within the grange, which
by its turn, is in the hinterland. She will only be set free when her soul evade her
body. Death, therefore, is conceived as a freeing instrument.